Frei António de Lisboa (Pádua também o reivindica), cuja fama esplendeu por toda a Europa medieval contribuindo para a fulgurante difusão do franciscanismo, continua a ocupar um lugar muito especial no coração sentimental das camadas mais humildes do povo português — «Meu rico Santo Antoninho...».
Qual a razão? Talvez porque a sua pregação, tão vibrante e cristalina, em favor dos pobres, dos enjeitados e dos sequiosos de amor continue a ressoar na memória colectiva:
«... Só os pobres, os humildes, são evangelizados: porque só o que está vazio retém água; o que está inchado rejeita-a. Aquele que tem sede, diz Nosso Senhor, que venha beber: porque, lemos em Isaías, derramarei água sobre o que tem sede e regarei o solo árido. Hoje são os simples, os ignorantes, os camponeses, e as velhas que têm sede da palavra da Vida... »
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